sábado, 24 de novembro de 2012

0 Emissão da CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho.


      A emissão de CAT é assunto controverso e gerador de muitas dúvidas a respeito das situações para as quais deve haver esta notificação para o INSS, a possibilidade de gerar penalidades para as empresas, estabilidade no emprego para os funcionários; enfim, assunto que merece alguns esclarecimentos. Do ponto de vista legal, este assunto está abordado na NR 07 – PCMSO, do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, na Lei 8.213 e no Decreto 3.048, nas partes transcritas a seguir. 

          Conforme a NR 07 – PCMSO, sendo verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ ou dos exames complementares constantes na NR 07, a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer disfunção de órgão ou sistema biológico, caberá ao médico coordenador ou encarregado solicitar à empresa a emissão da CAT-Comunicação de Acidente de Trabalho (em 06 vias): 

                                                   1° via: INSS; 
                                                   2° via: Empresa; 
                                                   3° via: Segurado ou dependente; 
                                                   4° via: Sindicato da classe; 
                                                   5° via: SUS; 
                                                   6° via: DRT – Delegacia Regional do Trabalho).


          indicar o afastamento da exposição ao risco ou ao trabalho, encaminhar o trabalhador à Previdência Social para esclarecer nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho. Também, quando ocorrer um acidente de trabalho, deve ser emitida a CAT. Deverá o empregador ser orientado quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho. 


          Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999
          Disposições gerais.


         Art.336.
         Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à previdência social o acidente de que tratam os artigos 19, 20, 21 e 23 da Lei nº 8.213, de 1991, ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena da multa.

                     § 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.


                     § 2º Na falta do cumprimento do disposto no caput, caberá ao setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social comunicar a ocorrência ao setor de fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida.


                     § 3º Na falta de comunicação por parte da empresa, ou quando se tratar de segurado especial podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.


                     § 4º A comunicação a que se refere o "§ 3º" não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.


                     § 6º Os sindicatos e entidades representativas de classe, poderão acompanhar a cobrança, pela previdência social, das multas previstas neste artigo.
 


         Art.337.
         O acidente de que trata o artigo anterior será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre:
         I - o acidente e a lesão;
         II - a doença e o trabalho; e
         III - a causa mortis e o acidente.


                     § 1º O setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social reconhecerá o direito do segurado à habilitação do benefício acidentário.


                     § 2º Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional.


         Art.338.

         A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados.
  
Lei 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991. 

         Art. 19.
         Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 

                     § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.


                     § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.


                     § 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.


                     § 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.


         Art. 20.
         Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

         I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 


         II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

                     § 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
                     

                     a) a doença degenerativa;
                     b) a inerente a grupo etário;
                     c) a que não produza incapacidade laborativa; 
                     d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.


                    § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.


         Art. 21.
         Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
         I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
         II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:


         a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
         b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
         c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
         d) ato de pessoa privada do uso da razão; 

         e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
         III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 

         IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

         a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
         b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
         c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
         d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.


                     § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.


                     § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.


         Art. 22.
         A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

                     § 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. 


                     § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer 

autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

                     § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.


                     § 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.


         Art. 23.
         Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. 

Não foi Acidente!

 

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