segunda-feira, 30 de novembro de 2009

0 Tendinite!

 Deixar de fazer o que gosta ou o que lhe dá o sustento por uma simples lesão ou inflamação nos tendões é coisa que pode ser evitada. Pianistas, digitadores até um trapezista de circo, um jogador de futebol ou um atleta de vôlei, todos devem aprender os segredos básicos de como evitar uma interrupção em sua atividade. Vamos aqui descortinar alguns segredos simples, mas que não devem ser perdidos de vista, desde as formas de diagnóstico ao tratamento, que inclui também a alimentação.


MEXA-SE!


Há poucos anos, esta frase se transformou em uma espécie de pensamento obrigatório, em todos os pontos do país. A ordem era malhar, fazer exercícios. Todos, independente de profissão, idade ou sexo, foram para as academias, parques e praias. Os exercícios, muitas vezes sem qualquer critério, acabaram se incorporando à vida da população.
Claro, que é um fator importante exercitar o corpo diariamente, mas antes precisamos rever alguns pontos básicos.


A começar de nossa anatomia. Para fazer um simples movimento, um simples gesto, são muitos os componentes do corpo envolvidos. Os ossos, que são rígidos, precisam, por exemplo, dos músculos e dos tendões para se dobrarem nas extremidades, entre um osso e outro.
Músculos e tendões são formados de fibras. Os tendões são fibras agrupadas em feixes, que se situam entre os músculos e o osso.


Para a obtenção de bons resultados ao mexer-se, portanto, principalmente em nível de competições, a pessoa precisa estar com a musculatura saudável e conhecer a importância de realizar os movimentos adequados, sem forçar demais os músculos e os tendões. Meia hora a mais no parque, ou o excesso de peso pode significar um problema que muitas vezes tira a pessoa de uma competição ou de um trabalho por um longo período.


ATENÇÃO AOS MOVIMENTOS:

Para o Dr. M.L. Miszputer, médico desportivo, o aumento dos exercícios, seja por questão de lazer ou de condicionamento físico, tem contribuído para aumentar também o número de lesões do sistema músculo-esquelético entre atletas profissionais e amadores. O médico explica que muitas dessas lesões se originam da falta de orientação ou do excesso de carga nos treinamentos. O atleta profissional lesionado, segundo Dr. Miszputer, fica impedido de treinar e de participar de eventos esportivos e corre o risco de comprometer seu condicionamento e sua carreira. Para o praticante amador, lembra ele, a interrupção forçada dos exercícios em decorrência de uma lesão é frustrante, pois é inegável o bom efeito psicológico que o esporte exerce sobre as pessoas.


O TENDÃO DE AQUILES:

Conta a lenda grega que Aquiles, filho do rei Peleu e da rainha Tétis, tinha um único ponto vulnerável no corpo, exatamente no calcanhar, na altura de um tendão. Para tornar o menino imortal, sua mãe passou ambrósia em seu corpo e o manteve por um tempo próximo ao fogo. Depois, mergulhou Aquiles no rio Estige, cujas águas tinham o poder de torná-lo invulnerável. Ao mergulhar o filho nas águas do rio, a mãe o segurou por um calcanhar e, sendo assim, essa parte de seu corpo não foi tocada pelas águas. Aquiles cresceu e se tornou um dos principais heróis gregos da guerra de Tróia, sendo ao final atingido e morto por Páris, com uma flecha no calcanhar. Vem daí então, a denominação vulgar para o tendão que se encontra na parte inferior e posterior da perna.
Isso pode levar a algumas confusões, pois algumas pessoas entendem que só existem tendões nessa região do corpo, quando não é verdade.


As mãos, os pés, o pescoço e todas as partes que se dobram, ou seja, praticamente o corpo inteiro (se imaginarmos um contorcionista de circo em atividade) está repleto de tendões.




O QUE É A TENDINITE?

As palavras terminadas com o sufixo ‘ite’ indicam um processo inflamatório. Tendinite, pois, é a inflamação que acontece nos tendões.
Essa inflamação pode ter duas causas, que são:


1. Mecânica – esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga.
Algumas pessoas – Como halterofilistas e amadores que se exibem nas ruas, puxando vários carros – podem suportar trações de até 300 kg. Mas as pessoas comuns, que não são treinadas para carregar peso, podem sofrer lesões diante de um movimento errado ou de uma carga de apenas 10kg de peso.


2. Química – Por desidratação, quando os músculos e tendões não estão suficientemente drenados. Pela alimentação incorreta pois, as toxinas no organismo podem conduzir a uma tendinite.


COMO A TENDINITE SE MANIFESTA?
Inicialmente com dores e muitas vezes com a incapacidade de a pessoa realizar certos movimentos muitas vezes simples.
A pessoa pode sentir dores ao subir ou descer escadas, caminhar, dobrar os joelhos, entre outras posturas ou movimentos.
Pode ser confundida inicialmente com artrite reumatóide e, portanto, existe a necessidade de que o médico faça um bom exame no paciente para estabelecer um diagnóstico diferencial. No caso da tendinite crônica, lembra Dr. Miszpunter, o diagnóstico em geral é mais difícil, por não haver aumento no fluido sinovial, o que requer mais cuidado nas investigações.


EXAMES NECESSÁRIOS:
Exame clínico e anamnese (entrevista) são os primeiros procedimentos, em que o paciente relata suas queixas e o médico começa a formular a hipótese diagnóstica.
Os métodos de diagnóstico através de imagem têm papel importante, afirma o doutor Miszputer. Desde o raio-x até a ressonância magnética, cada um atua no diagnóstico de determinadas lesões, entre elas, uma das mais freqüentes é a tendinite. O médico explica que, para o seu diagnóstico, com freqüência se utiliza a ultrassonografia, quase sempre depois de feito um exame de radiografia normal. A ultrassonografia, conforme ele relata, apresenta algumas vantagens tais como boa definição de partes moles, não utiliza radiação ionizante, é um método não invasivo, relativamente de baixo custo e rápido em comparação com outros métodos.


Dr. Miszpunter também alerta para a importância da comunicação entre o médico que examina o paciente e o médico que fará os exames de ultrassonografia, muitas vezes realizados em local diferente daquele da consulta. É fundamental, diz ele, que o médico ultrassonografista tenha conhecimento da história clínica do paciente para poder identificar corretamente o local da lesão, estabelecer prováveis diagnósticos diferenciais e poder sugerir um diagnóstico final da lesão ao médico que solicitou o exame.


QUAIS AS PROFISSÕES MAIS AFETADAS?
A tendinite tem sido alvo de preocupação tanto da medicina do esporte quanto da medicina do trabalho. Há uma variedade de tipos de atletismo e de ocupações que podem estar sujeitas ao problema, todas sempre relacionadas com esforços demasiados ou LER: Lesões por Esforço Repetitivo. Jogadores de futebol, handebol, vôlei, feirantes (que carregam pesadas caixas), estivadores e até mesmo dançarinos. Ultimamente, a área de informática tem mostrado esse problema, com o esforço repetido dos digitadores no teclado. Sem contar os pianistas, que por estudo sistemático de suas partituras musicais podem ser acometidos de tendinite.


FORMAS DE TRATAMENTO:
Dependendo da natureza e do grau de severidade da lesão, as formas de tratamento vão desde a indicação de anti-inflamatórios até a imobilização do membro afetado (por exemplo, tala ou engessamento do braço em tendinite originária de digitação).


Mas, recorda o médico francês, Dr. Marcel Morand, em primeiro lugar é preciso repouso. Após um período, a pessoa é aconselhada a fazer fisioterapia, para acelerar o processo de cura. Uma das técnicas indicadas para a tendinite é a crioterapia, aplicação de bandagens a temperaturas muito baixas ou bolsas de gelo. Massagens também são indicadas como auxiliares no tratamento.
No caso de tendinite de origem química, médicos como o Dr. Morand indicam uma dieta alimentar especial, para prevenir a desidratação que pode resultar, nos tendões, na pouca ou nenhuma lubrificação e conseqüente agravamento da doença. Essa dieta exige a retirada de alimentos ácidos e graxos, incluindo-se a manteiga e o chocolate e as frutas ácidas.
A aplicação local de corticóides é apenas indicada dos casos mais graves.




É POSSÍVEL HAVER SEQUELAS?
Sim, diz o médico! Se o tratamento não for realizado em tempo e de maneira adequada e se a fisioterapia não for feita durante o período necessário.
A pessoa não tratada pode sofrer uma ruptura do tendão após um período de inflamação mal cuidada. Pode continuar com as dores e se tornar incapaz para o trabalho. Por isso, é importante seguir todos os passos indicados pelo médico para um pronto restabelecimento.


QUAIS SÃO OS MÉTODOS DE PREVENÇÃO?
1. As atividades de risco para tendinite são fáceis de serem reconhecidas. Uma vez feito isso, é dever de uma empresa ou de um clube, por exemplo, não expor o funcionário ou o atleta a períodos ininterruptos de trabalho ou de exercício. Uma parada, uma pausa na rotina, por alguns minutos, pode significar não um prejuízo para a empresa, mas sim, um ganho em termos de continuidade em médio e longo prazo.


2. Alimentação balanceada é vital não só para o tratamento da tendinite, mas também para sua prevenção.


3. Instruir o digitador, o atleta, o funcionário, o pianista, quem quer que esteja a seu serviço, sobre as causas e os efeitos da doença e como preveni-la, é dever de todo empregador. Isso pode ser feito através de pequenos seminários, aulas ou vídeos e treinamentos.


4. O tratamento adequado, consulta ao médico, atenção à fisioterapia e aos medicamentos são um direito e ao mesmo tempo um dever do paciente para a cura da tendinite.


5. Por último, vale lembrar que os casos mal curados podem acabar necessitando de cirurgia, e que a Tendinite também é, como qualquer acidente de trabalho, passível de indenização. Vale a pena, portanto, a empresa ocupar-se com o fator prevenção, onde os gastos (e o desgaste emocional de ambas as partes) são muito menores e mais proveitosos.




Fonte:
Copyright © 2005 Bibliomed, Inc.


       José Idênio.





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