Fonte: ASCOM
sábado, 1 de junho de 2013
0 Perda auditiva em motoristas de ônibus - PAINPSE.
Engana-se quem pensa que o maior
mal a que estão sujeitos os motoristas de ônibus é o stress causado pelo
trânsito. Uma pesquisa feita pelo Ministério Público do Distrito Federal
mostrou que 45% dos cerca de 15 mil motoristas e cobradores do transporte público
da capital federal apresentavam perda auditiva. O motivo é o alto barulho do
motor que fica na frente – ao lado do motorista – de 98% dos ônibus que
transitam pela cidade.
Além do barulho, o motor tem
vibrações e emana muito calor, o que pode prejudicar a saúde dos rodoviários,
que ainda enfrentam o barulho do trânsito. Nos últimos 11 anos, quase
cinco mil rodoviários pediram licença do trabalho e ficaram mais de dois
milhões de dias sem trabalhar devido à perda crescente de audição; alguns até
se aposentaram por invalidez.
A exemplo da capital federal,
outras cidades estão em alerta para o problema, como Rio de Janeiro, Recife e
São Paulo, onde, inclusive, foi aprovado recentemente pela Assembleia
Legislativa um projeto de lei que proíbe a aquisição de ônibus com motor
dianteiro. Na capital pernambucana, também foram constatados problemas
audiológicos em motoristas de ônibus, por meio de um estudo que mostrou que a
grande maioria dos coletivos transitava com ruído acima do permitido.
A PAINPSE (Perda Auditiva Induzida
por Níveis de Pressão Sonora Elevados) é um mal que pode atingir todos os
trabalhadores expostos a sons acima de 80 decibéis, como é o caso dos
rodoviários.
“São comuns os casos de pessoas
que desencadearam uma perda auditiva por exposição prolongada ao ruído intenso,
por isso é de fundamental importância que haja um controle rígido quanto às
medidas preventivas em relação à saúde auditiva”, alerta a fonoaudióloga
Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas.
Sem cuidados preventivos, outros
trabalhadores, como guardas de trânsito, funcionários de fábricas, de gráficas,
motoboys, músicos, Djs, operadores de britadeira, trabalhadores que atuam em
pistas de aeroportos, entre outros, também podem sofrer perda irreversível de
audição.
Aqueles que trabalham em
indústrias, por exemplo, têm que ser submetidos a exames de audiometria de seis
em seis meses e, quando constatada alguma lesão, devem se afastar. Já os
músicos que realizam shows apresentam danos à audição com certa frequência, pois
o sistema de som pode chegar a mais de 130 decibéis. No caso dos operadores de
telemarketing, o uso de fone de ouvido unilateral pode trazer sérios danos para
a audição.
“O operador de telemarketing
precisa fazer sempre o revezamento do fone, do ouvido direito para o esquerdo;
dar pausas de pelo menos 10 minutos para cada hora de trabalho, manter o volume
baixo, em torno de 60dB, nível normal de uma conversa, e realizar exames de
audiometria anualmente para checar a audição”, orienta a fonoaudióloga da
Telex.
Para os trabalhadores expostos a
ruídos intensos, a fonoaudióloga recomenda o uso de protetores auriculares, que
reduzem o volume excessivo, propiciando uma audição mais confortável do som
ambiente. Os protetores da Telex, por exemplo, são feitos em acrílico e
moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa. Existem dois tipos:
o que diminui o barulho ambiente em 15 decibéis e outro que reduz o ruído em 25
decibéis.
No entanto, quando já existe perda
de audição, a solução pode ser o uso de aparelho auditivo. “Quanto mais rápido
o problema for detectado e se optar pelo aparelho, melhor será para o indivíduo
sentir-se integrado à sociedade, participando normalmente das conversas com
amigos e parentes. A audição é fundamental em nossa vida”, conclui Isabela
Gomes.
De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), os ruídos são a terceira principal causa de poluição
mundial. A entidade registrou um aumento de 15% de surdez entre a população do
planeta.
Fonte: ASCOM