quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

0 Hotel Descumpre Normas Técnicas e Bebê Cai da Varanda.


O apart-hotel Paradiso All Suites, na Barra da Tijuca, onde o acidente aconteceu:
(Foto: Priscilla Souza / G1)

Hotel de onde caiu bebê no Rio não atende a requisitos técnicos, diz Crea Medida do vão da varanda tem o dobro 
do recomendado pela ABNT.

‘É uma irregularidade flagrante’, afirmou o presidente do Crea-RJ.
Henrique Porto Do G1 Rio

O prédio do Hotel Paradiso All Suites, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde Enrico Salazar Padilha Tavares, de um 1 e 4 meses, morreu após cair de uma varanda, não atende aos requisitos técnicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Uma vistoria realizada por técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), a medida do vão por onde passou o bebê tinha o dobro do permitido.

Detalhe da varanda de onde caiu o bebê: vão tem 40 cm, mas deveria ter apenas 20 cm 
(Foto: Divulgação/Crea-RJ) 
“De acordo com os padrões da ABNT, esta distância deveria ser de, no máximo, 20 centímetros, podendo variar. A largura que encontramos nos apartamentos do hotel é de 40 centímetros. Ou seja, o dobro. É uma irregularidade flagrante. E o problema se repete em todas as sacadas. Foi reproduzido em série, o que é muito mais grave”, explicou Agostinho Guerreiro, presidente do Crea-RJ.
Para Guerreiro, o erro pode ter ocorrido no projeto e na execução ou até mesmo na liberação da obra por parte da Prefeitura do Rio. “Não raro o projeto é concebido de forma correta e executado equivocadamente. Por exemplo: pode ter havido economia de mão de obra ou de material. Mas sobre isso o Crea não pode atestar. É a polícia que pode vai determinar, por meio do inquérito, quem liberou e permitiu esta construção”, destacou o presidente.

Peritos de engenharia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) também estiveram na manhã desta quarta-feira (2) no hotel, junto com profissionais do Crea. O laudo do ICCE sai em até 30 dias.
A morte do bebê, está sendo investigada como crime de homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, segundo informou a Polícia Civil no dia 29 de dezembro.
O caso
No final da tarde do dia 28 de dezembro, Enrico Salazar Padilha Tavares caiu de um vão da varanda do quarto andar do apart-hotel Paradiso, na Avenida das Américas. Os pais da criança e o maleiro do hotel prestaram depoimento no inquérito da 16ª DP (Barra da Tijuca) no dia 29 de dezembro.
Segundo o delegado adjunto, Robson Gomes, o pai da criança contou, em depoimento, que a família subiu até o quarto com o maleiro do hotel e, enquanto ele recebia as malas e pagava o funcionário, a mãe e o bebê ficaram na varanda aguardando. Ainda o relato do pai, o menino teria caído no momento em que a mãe se virou para falar com ele.

QUANDO A MASSA DO BOLO DESANDA!

Você conhece a expressão: “Feito a facão!”? É um dito que se usa muito no sul, quando o profissional é ruim no que faz. Pois é, das duas uma, ou a engenharia “responsável” pelo projeto e execução dessa obra foi feita a facão ou então foi mal intencionada mesmo. É preciso parar com essa história de “homicídio culposo”, “quando não há a intenção de matar”. Quando é que nossos legisladores irão entender que isso é um absurdo. Alguém economiza material numa obra como esta, não segue os padrões e normas estipuladas por lei, um inocente morre e aí vem me dizer “que “não houve a intenção de matar”. Houve sim! Isso é tão criminoso quanto beber e dirigir.

Ou a formação desses engenheiros foi muito ruim ou então estão brincando de castelinhos de areia, e o que é pior, brincando com a vida de seres humanos que adquirem imóveis, hospedam-se em hotéis feitos por esse tipo de profissional. Não é o primeiro e não será o último. Pelo menos enquanto não houver fiscalização de verdade. 

Lembram da ENCOL? Se não sabe do que estou falando, trata-se de uma “construtora”, pesquise sobre ela no Google. É muito importante que você nunca esqueça esse nome, principalmente na hora de comprar um imóvel. Cidadãos de bem, que muitas vezes economizam uma vida para adquirir seu teto e depois vêem tudo literalmente despencar por conta de irresponsabilidade de quem deveria seguir as regras e normas, garantindo um mínimo de segurança. 

Não vou nem comentar sobre a possibilidade de ter havido uma “facilitação” por parte de quem deveria fiscalizar as obras do município, para liberar a construção do hotel, por que infelizmente isso se tornou tão banal ultimamente, que já não surpreende mais ninguém, nem mesmo a velhinha de Taubaté ficaria chocada. 
Caso você não a conheça, trata-se de uma personagem criada pelo autor gaúcho Luis Fernando Veríssimo. Ela era a única que ainda acreditava no governo. 

Pior, é que a receita usada ultimamente por algumas construtoras vem desandando faz tempo e vai seguir assim, enquanto alguém não der um basta e continuar existindo empreiteiro achando que regras e normas de segurança são bobagens, negligenciando seus fatores mínimos. Tenho certeza de que se for feita uma vistoria séria no prédio deste hotel, surgirão cobras e lagartos.

Quem faz esse tipo de coisa é gente sem visão de futuro, não analisa os prós e contras. Veja bem, não acredito que depois desta ocorrência, o hotel continue funcionando normalmente, (e se continuar será outro absurdo).

Bem, é possível imaginar então que seu faturamento no período de reformas e adequações será zero, pelo contrário, a despesa será grande, sem contar o desgaste com a justiça e a gorda indenização que certamente irá pagar à família lesada, fora que a imagem do estabelecimento ficará comprometida.

Foi ou não foi uma economia burra?

E o projetista? Como será que ele está lidando com o fato de ser o responsável pelo ocorrido?

Lamentavelmente é assim, primeiro é necessário que uma família perca um filho como nesse caso, para que alguns “indignados e entendidos de obra” se levantem e aproveitem para ter seus quinze segundos de fama no jornal das oito.

José Idênio.

Não foi Acidente!

 

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