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O apart-hotel Paradiso All
Suites, na Barra da Tijuca, onde o acidente aconteceu: (Foto: Priscilla Souza / G1) |
Hotel de onde caiu bebê no Rio não atende a requisitos
técnicos, diz Crea Medida do vão da varanda tem o dobro
do recomendado pela
ABNT.
‘É uma irregularidade flagrante’, afirmou o presidente do Crea-RJ.
Henrique Porto Do G1 Rio
O prédio do Hotel Paradiso All Suites, na Barra da Tijuca,
na Zona Oeste do Rio, onde Enrico Salazar Padilha Tavares, de um 1 e 4 meses,
morreu após cair de uma varanda, não atende aos requisitos técnicos da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Uma vistoria realizada por
técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de
Janeiro (Crea-RJ), a medida do vão por onde passou o bebê tinha o dobro do
permitido.
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Detalhe da varanda de onde
caiu o bebê: vão tem 40 cm, mas deveria ter apenas
20 cm (Foto: Divulgação/Crea-RJ) |
“De acordo com os padrões da ABNT, esta distância deveria
ser de, no máximo, 20
centímetros, podendo variar. A largura que encontramos
nos apartamentos do hotel é de 40 centímetros. Ou seja, o dobro. É uma
irregularidade flagrante. E o problema se repete em todas as sacadas. Foi
reproduzido em série, o que é muito mais grave”, explicou Agostinho Guerreiro,
presidente do Crea-RJ.
Para Guerreiro, o erro pode ter ocorrido no projeto e na
execução ou até mesmo na liberação da obra por parte da Prefeitura do Rio. “Não
raro o projeto é concebido de forma correta e executado equivocadamente. Por
exemplo: pode ter havido economia de mão de obra ou de material. Mas sobre isso
o Crea não pode atestar. É a polícia que pode vai determinar, por meio do
inquérito, quem liberou e permitiu esta construção”, destacou o presidente.
Peritos de engenharia do Instituto de Criminalística Carlos
Éboli (ICCE) também estiveram na manhã desta quarta-feira (2) no hotel, junto
com profissionais do Crea. O laudo do ICCE sai em até 30 dias.
A morte do bebê, está sendo investigada como crime de
homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, segundo informou a
Polícia Civil no dia 29 de dezembro.
O caso
No final da tarde do dia 28 de dezembro, Enrico Salazar Padilha Tavares caiu de
um vão da varanda do quarto andar do apart-hotel Paradiso, na Avenida das
Américas. Os pais da criança e o maleiro do hotel prestaram depoimento no
inquérito da 16ª DP (Barra da Tijuca) no dia 29 de dezembro.
Segundo o delegado adjunto, Robson Gomes, o pai da criança
contou, em depoimento, que a família subiu até o quarto com o maleiro do hotel
e, enquanto ele recebia as malas e pagava o funcionário, a mãe e o bebê ficaram
na varanda aguardando. Ainda o relato do pai, o menino teria caído no momento
em que a mãe se virou para falar com ele.
QUANDO A MASSA DO BOLO DESANDA!
Você conhece a expressão: “Feito a facão!”? É um dito que se
usa muito no sul, quando o profissional é ruim no que faz. Pois é, das duas
uma, ou a engenharia “responsável” pelo projeto e execução dessa obra foi feita
a facão ou então foi mal intencionada mesmo. É preciso parar com essa história
de “homicídio culposo”, “quando não há a intenção de matar”. Quando é que
nossos legisladores irão entender que isso é um absurdo. Alguém economiza
material numa obra como esta, não segue os padrões e normas estipuladas por
lei, um inocente morre e aí vem me dizer “que “não houve a intenção de matar”. Houve
sim! Isso é tão criminoso quanto beber e dirigir.
Ou a formação desses engenheiros foi muito ruim ou então
estão brincando de castelinhos de areia, e o que é pior, brincando com a vida
de seres humanos que adquirem imóveis, hospedam-se em hotéis feitos por esse
tipo de profissional. Não é o primeiro e não será o último. Pelo menos enquanto
não houver fiscalização de verdade.
Lembram da ENCOL? Se não sabe do que estou
falando, trata-se de uma “construtora”, pesquise sobre ela no Google. É muito
importante que você nunca esqueça esse nome, principalmente na hora de comprar
um imóvel. Cidadãos de bem, que muitas vezes economizam uma vida para adquirir
seu teto e depois vêem tudo literalmente despencar por conta de
irresponsabilidade de quem deveria seguir as regras e normas, garantindo um
mínimo de segurança.
Não vou nem comentar sobre a possibilidade de ter havido uma
“facilitação” por parte de quem deveria fiscalizar as obras do município, para liberar
a construção do hotel, por que infelizmente isso se tornou tão banal
ultimamente, que já não surpreende mais ninguém, nem mesmo a velhinha de
Taubaté ficaria chocada.
Caso você não a conheça, trata-se de uma personagem
criada pelo autor gaúcho Luis Fernando Veríssimo. Ela era a única que ainda
acreditava no governo.
Pior, é que a receita usada ultimamente por algumas
construtoras vem desandando faz tempo e vai seguir assim, enquanto alguém não
der um basta e continuar existindo empreiteiro achando que regras e normas de
segurança são bobagens, negligenciando seus fatores mínimos. Tenho certeza de
que se for feita uma vistoria séria no prédio deste hotel, surgirão cobras e
lagartos.
Quem faz esse tipo de coisa é gente sem visão de futuro, não
analisa os prós e contras. Veja bem, não acredito que depois desta ocorrência,
o hotel continue funcionando normalmente, (e se continuar será outro absurdo).
Bem, é possível imaginar então que seu faturamento no
período de reformas e adequações será zero, pelo contrário, a despesa será
grande, sem contar o desgaste com a justiça e a gorda indenização que
certamente irá pagar à família lesada, fora que a imagem do estabelecimento
ficará comprometida.
Foi ou não foi uma economia burra?
E o projetista? Como será que ele está lidando com o fato de
ser o responsável pelo ocorrido?
Lamentavelmente é assim, primeiro é necessário que uma
família perca um filho como nesse caso, para que alguns “indignados e
entendidos de obra” se levantem e aproveitem para ter seus quinze segundos de
fama no jornal das oito.
José Idênio.