Talvez por que tendo pais, nunca lhes dessem valor
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
0 Projeto ARCO-ÍRIS em Cosmópolis/SP - Vamos Ajudar!
Vídeo retirado do canal de Cesar Cattani
CORDEIRO
GUACHO
Jaime Caetano Braun
Aquele cordeiro
guacho, deitado ali no baldrame
Salvei da curvada infame numa
tarde de garoa
Andava berrando à-toa com poucos
dias de idade
Pois ficara na orfandade, e assim... naquela tristeza
Ia ser a sobremesa de algum corvo
sem piedade.
Logo que me viu coitado, correu
direto ao cavalo
Eu sou índio que não me abalo, mas
me achiquei nesse dia
Pois o pobre parecia solíto ali
no varzedo
Uma criança com medo quando se
perde dos pais
Nem bem o peguei no mais, ficou
chupando meu dedo.
Encarangado de frio levei adiante pra o rancho
Seguido por um carancho que
esvoaçava em mau agouro
Depois, o bico de couro a,
garrafa o leite quente
Que ele chupou como gente entre
resmungos de choro.
Desde então esse guachito é mais
um filho que tenho
E de manhã quando venho chimarrear
junto ao fogão
Corre a me lamber a mão se
esfregando carinhoso
Assim como piá mimoso, quando nos
pede a benção.
Faz arte e estripulias, qual é o
guri que não faz?
Pula pra diante e pra trás quando
seca a mamadeira
Entra dentro da peneira onde eu debulho a ração
Sobe encima do tição, e até me
vira a chaleira.
E há os que não gostam de guachos,
Talvez porque incomodam demais,
Talvez por que tendo pais, nunca lhes dessem valor
Talvez por que tendo pais, nunca lhes dessem valor
Ou desconheçem a dor dos que
ficaram sozinhos
E andam campeando carinhos nas
mendicâncias do amor.
Eu não fui criado guacho, graças
ao Deus soberano
Mamei até o sobre-ano sem
misérias nem surpresas
Porém conheço as tristezas dos
guachos sem lar nem teto
E sei, que a fome de afeto é a
mais cruel das pobrezas.
E é por ter pena
dos outros que andam solítos na
terra
Que quando esse guacho berra o meu
peito xucro se amansa
Por que eu sinto na confiança que
inspiro ao pobre borrego
O mesmo anseio de aconchego que
tive quando criança.
O autor desta
poesia, Jayme Caetano Braun (1924 – 1999) foi um dos maiores artistas
tradicionalistas do Rio Grande do Sul, e sua obra mantêm-se viva na memória de
seus conterrâneos e admiradores, gaúchos e gaúchas de todas as querências
espalhados pelo mundo afora.
Acredito que a
maior parte do vocabulário usado por ele em suas obras seja estranho (e isto é
natural) aos que não são do sul, pois trata-se de um “palavreado” típico do
gaúcho, principalmente daqueles acostumados a lidar no campo e com o gado.
Escolhi esta
poesia em especial, por ela tratar de um tema que desejo apresentar ao todos
vocês leitores deste Blog.
Refiro-me aos “guachos”!
Guacho, é como
se denomina no Sul, uma cria que fica sem mãe, e que necessita ser amamentada e
cuidada por alguém (geralmente um peão da estância), para que possa sobreviver.
Pois é
justamente sobre crianças “guachas” que eu quero lhes falar.
Aqui na minha
cidade, Cosmópolis, região de Campinas, interior de São Paulo, existe uma
instituição denominada “PROJE TO ARCO-ÍRIS”, que cuida desses pequenos guachos
e que necessitam muito de nossa ajuda para sobreviver.
Fundado em 20 de
novembro de 2003, é uma casa sem fins lucrativos, sem qualquer vínculo
político, partidário ou religioso, e que acolhe crianças com idades entre Zero
e dezoito anos, vítimas de maus tratos e violência sexual, encaminhados pela
vara da infância e juventude e/ou conselho tutelar.
Ela visa
propiciar à criança acolhida, todo o amparo necessário para o seu bem-estar
físico e psicossocial, além de acompanhamento do desenvolvimento processual de
cada criança, até o momento em que deixa o abrigo.
A casa conta com
o apoio de 16 (dezesseis) funcionárias e funciona 24 horas. De acordo com a
diretora da casa, Sra. Benedita Sílvia Sales Coelho, a Prefeitura Municipal
destina R$ 7.500,00, o Governo Estadual R$ 2.250,00 e o Governo Federal R$
1.700,00, totalizando R$ 11.450,00 (onze mil quatrocentos e cinqüenta reais)
para o pagamento de salários e manutenção de 20 (vinte) crianças, que é a
capacidade máxima permitida pelo espaço da casa.
Segundo a Sra. Benedita,
há dois anos a instituição não consegue pagar os encargos sociais ao seus
funcionários pois falta dinheiro em caixa.
Toda a ajuda é
bem vinda diz ela, mas as maiores carências da instituição além do dinheiro
para se manter, são materiais de higiene pessoal para as crianças,como Xampus, Sabonetes,
Escovas e Creme Dental, Fraldas tamanhos (M-G-XG), etc...
Foi aberta uma
conta em nome da instituição, onde qualquer pessoa que possa e/ou deseje ajudar
a esses pequenos “guachos”, possam contribuir com qualquer valor que queira.
Convido a todos
que queiram, a visitar e conhecer esta instituição e que desenvolve esse
trabalho tão importante e necessário a sociedade.
PROJETO
ARCO-ÍRIS
Banco do Brasil
Agência: 2012-5
Conta Corrente:
11.262-3
E-mail: projeto.arcoiris@yahoo.com.br
Telefone: (19) 3812 – 2826
Endereço: Av. Willian Neumann, 615 – Vila Vakula
Cep: 13.150-000
Cosmópolis-SP
“AQUI HÁ UMA PEQUENA SEMENTINHA. SE QUISER AJUDAR A REGAR E
VER O PROJETO CRESCER, SEJA
BEM VINDO”!
José idênio